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sábado, 14 de setembro de 2013

Dissertação

     Mitologia é algo relativo à época em que se vive. Provavelmente, o apego à mitologia, seja ela politeísta ou não, é um dos poucos traços que acompanha a humanidade desde seu princípio. Porém, se pensarmos um pouco mais além, por que o que chamamos de religião hoje em dia não é mitológico? Mitologia é, necessariamente, algo inexistente e no qual não se deve acreditar?
     Por mais que nos dias de hoje vivamos numa sociedade dividida por classes imaginárias, sabemos que o povo é um só. Alguns diriam que somos o povo de Deus. Outros, porém, ainda cultivam raízes greco-romanas, e esses diriam que somos criaturas dos deuses. Apesar de poucas pessoas adotarem esse modo de pensar, há um questionamento muito grande ao redor do politeísmo. Utilizado demasiadamente na literatura, a maior parte das pessoas tratam essa filosofia de vida como a mais pura fantasia.
     Em tempos passados, o que chamamos hoje de mitologia era considerado religião obrigatória e oficial de nações. Hoje construímos igrejas no lugar de templos dedicados aos deuses e rezamos para um único Deus, o que é considerado normal. Porém, o julgamento é infindo quando referimo-nos a uma pessoa que reza para determinado deus quando quer determinada coisa. Afinal, qual a diferença? Mitologia e religião andam lado a lado. Provavelmente, a única coisa que difere as duas maneiras de pensar seja a quantidade de santidades as quais as pessoas se dedicam. Inúmeras obras literárias dedicam-se ao pensar politeísta. Não se trata de uma ficção inalcançável, mas de uma realidade tão alcançável quanto o Deus que é pregado atualmente.
     Um julgamento precipitado diria que, além de inexistentes, deuses são parte de uma loucura humana. Entretanto, do outro lado dessa disputa imaginária de linhas de raciocínio, pessoas diriam que um único Deus para governar tudo o que há no mundo e fora dele é parte da loucura humana. Loucura ou não, o ser humano tem a necessidade de se apegar a uma ideia de plano superior para se sentir seguro quando de frente para a vida. Essa necessidade desperta a curiosidade de saber como as coisas funcionam. Assim surgiu a religião, a medicina, a ciência e tudo o que conhecemos hoje. Portanto, se todas as mentes surgiram de um mesmo ponto, não há a necessidade de julgar, diferenciar ou mesmo tratar como louco aquele que tem uma crença que não seja a sua.
     Não afirmo a certeza de algo, afinal, ninguém pode saber se deuses ou Deus existem. Contudo, todos viemos de um mesmo lugar, assim como aquilo no que acreditamos. É como dizer que todas as pessoas têm as mesmas raízes e bebem da mesma água, mas a aproveita de maneiras diferentes. Somente assim a sociedade superará o preconceito e referências mito religiosas serão divulgadas livremente como parte do mundo em que vivemos, ao invés de ser pedaços de um grande mito perdido no tempo. 



Maria Carolina D'avilla - nº 28
1º E

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