Mitologia é algo relativo à época em que se
vive. Provavelmente, o apego à mitologia, seja ela politeísta ou não, é um dos
poucos traços que acompanha a humanidade desde seu princípio. Porém, se
pensarmos um pouco mais além, por que o que chamamos de religião hoje em dia
não é mitológico? Mitologia é, necessariamente, algo inexistente e no qual não
se deve acreditar?
Por mais que nos dias de hoje vivamos numa
sociedade dividida por classes imaginárias, sabemos que o povo é um só. Alguns
diriam que somos o povo de Deus. Outros, porém, ainda cultivam raízes
greco-romanas, e esses diriam que somos criaturas dos deuses. Apesar de poucas
pessoas adotarem esse modo de pensar, há um questionamento muito grande ao
redor do politeísmo. Utilizado demasiadamente na literatura, a maior parte das
pessoas tratam essa filosofia de vida como a mais pura fantasia.
Em tempos passados, o que chamamos hoje de
mitologia era considerado religião obrigatória e oficial de nações. Hoje
construímos igrejas no lugar de templos dedicados aos deuses e rezamos para um
único Deus, o que é considerado normal. Porém, o julgamento é infindo quando referimo-nos
a uma pessoa que reza para determinado deus quando quer determinada coisa. Afinal,
qual a diferença? Mitologia e religião andam lado a lado. Provavelmente, a
única coisa que difere as duas maneiras de pensar seja a quantidade de
santidades as quais as pessoas se dedicam. Inúmeras obras literárias dedicam-se
ao pensar politeísta. Não se trata de uma ficção inalcançável, mas de uma
realidade tão alcançável quanto o Deus que é pregado atualmente.
Um julgamento precipitado diria que, além de
inexistentes, deuses são parte de uma loucura humana. Entretanto, do outro lado
dessa disputa imaginária de linhas de raciocínio, pessoas diriam que um único
Deus para governar tudo o que há no mundo e fora dele é parte da loucura
humana. Loucura ou não, o ser humano tem a necessidade de se apegar a uma ideia
de plano superior para se sentir seguro quando de frente para a vida. Essa
necessidade desperta a curiosidade de saber como as coisas funcionam. Assim
surgiu a religião, a medicina, a ciência e tudo o que conhecemos hoje.
Portanto, se todas as mentes surgiram de um mesmo ponto, não há a necessidade
de julgar, diferenciar ou mesmo tratar como louco aquele que tem uma crença que
não seja a sua.
Não afirmo a certeza de algo, afinal,
ninguém pode saber se deuses ou Deus existem. Contudo, todos viemos de um mesmo
lugar, assim como aquilo no que acreditamos. É como dizer que todas as pessoas
têm as mesmas raízes e bebem da mesma água, mas a aproveita de maneiras
diferentes. Somente assim a sociedade superará o preconceito e referências mito
religiosas serão divulgadas livremente como parte do mundo em que vivemos, ao
invés de ser pedaços de um grande mito perdido no tempo.
Maria Carolina D'avilla - nº 28
1º E
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