Não vês aquele velho respeitável
Que à muleta encostado
Apenas mal se move, e mal se arrasta?
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo!
O tempo arrebatado,
Que o mesmo bronze gasta.
Enrugaram-se as faces, e perderam
Seus olhos a viveza;
Voltou-se o seu cabelo em branca neve:
Já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
Não tem uma beleza
Das belezas, que teve.
Assim também serei, minha Marília,
Daqui a poucos anos;
Que o ímpio tempo para todos corre.
Os dentes cairão, e os meus cabelos,
Ah! sentirei os danos,
Que evita só quem morre.
Mas sempre passarei uma velhice
Muito menos penosa.
Não trarei a muleta carregada:
Descansarei o já vergado corpo
Na tua mão piedosa,
Na tua mão nevada.
Nas frias tardes, em que negra nuvem
Os chuveiros não lance,
Irei contigo ao prado florescente:
Aqui me buscarás um sítio ameno;
Onde os membros descanse,
E o brando sol me aquente.
Que à muleta encostado
Apenas mal se move, e mal se arrasta?
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo!
O tempo arrebatado,
Que o mesmo bronze gasta.
Enrugaram-se as faces, e perderam
Seus olhos a viveza;
Voltou-se o seu cabelo em branca neve:
Já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
Não tem uma beleza
Das belezas, que teve.
Assim também serei, minha Marília,
Daqui a poucos anos;
Que o ímpio tempo para todos corre.
Os dentes cairão, e os meus cabelos,
Ah! sentirei os danos,
Que evita só quem morre.
Mas sempre passarei uma velhice
Muito menos penosa.
Não trarei a muleta carregada:
Descansarei o já vergado corpo
Na tua mão piedosa,
Na tua mão nevada.
Nas frias tardes, em que negra nuvem
Os chuveiros não lance,
Irei contigo ao prado florescente:
Aqui me buscarás um sítio ameno;
Onde os membros descanse,
E o brando sol me aquente.
Apenas me sentar, então movendo
Os olhos por aquela
Vistosa parte, que ficar fronteira;
Apontando direi: "Ali falamos,
"Ali, ó minha bela,
"Te vi a vez primeira."
Verterão os meus olhos duas fontes,
Nascidas de alegria:
Farão teus olhos ternos outro tanto:
Então darei, Marília, frios beijos
Na mão formosa, e pia,
Que me limpar o pranto.
Assim irá, Marília, docemente
Meu corpo suportando
Do tempo desumano a dura guerra.
Contente morrerei, por ser Marília
Quem sentida chorando
Meus braços olhos cerra.
Esta lira se refere ao tempo que passa pra todos. O tempo é implacável, se não morrermos jovens, certamente envelheceremos e depois morreremos.. O tema principal da lira XVIII não é o amor mas a fatalidade da morte e o tempo que passa.
No primeira estrofe o eu lirico (Dirceu) fala sobre a velhice e traços dela.No quarto paragrafo o eu lírico afirma que não terá o mesmo destino do Idoso porque Marília cuidará dele. Não podemos esquecer que Tomás Antônio Gonzaga era homem maduro, tinha 40 anos e Maria Dorotéa, a Marília tinha 17 anos.
No quinta estrofe ele explica o cuidado que Marília terá com ele, o levando a passear, quando já idoso para um sítio na estação do inverno pois os dias serão nublados mas sem chuvas e o sol ameno, como nos dias frios.
E nesse mesmo local como também explica o sétima e oitava estrofe, o eu lírico, olhará ao longe e vai se lembrar com saudades do dia em que conheceu sua musa, Marília, e conversará com ela emocionado, chegando mesmo a chorar de emoção; ela então enxugará suas lágrimas.
E já na última estrofe, o eu poético(Dirceu) volta ao tema da morte que chegará pela ação do tempo e das batalhas da vida. Segundo ele, morrerá feliz por que há de morrer nos braços de Marília a qual fechará os olhos dele.
E isso retrata uma visão sobre a velhice e a morte de si mesmo ao lado de sua musa Marília.
glossário;
arrebatado;levar para outro mundo.
viveza;vivacidade.
ímpio;que denota ou envolve impiedade.
prado;grande extensão de terra coberta de ervas para pastagem.
ameno;clima afável ou encantador aos sentidos
josueldsonn santos marinho monteiro 1E N 19
Josu, gostei muito da sua análise. Foi detalhada, caminhou com paciência explicando cada estrofe e, por fim, colocou toda a história contada na lira num ponto só.
ResponderExcluirSó senti falta da sua interpretação de contexto histórico e características do arcadismo.
Maria Carolina D'avilla - nº 28
1º E
Gostei de sua análise, mas não concordo quando você diz que o tema principal da lira não é o amor e sim a morte. Para mim, a lira está basicamente interligada ao amor de Dirceu à sua musa, onde ele quer mostrar que mesmo sendo bem mais velho e não tendo o tempo à seu favor, ele morrerá feliz em saber que aproveitou o tempo com sua amada.
ResponderExcluirDaniella Úrsula
1ºE Nº06
Sua análise ficou ótima , mas concordo com a Daniela sobre o tema principal ,ser Marília e não a morte em si.
ResponderExcluirNatália C. Frazão
1ºE Nº30
Legal, você fez como se fosse um resumo/explicação da lira, ficou bom.
ResponderExcluirLuciane A. - 25
1E
Ótima análise, explicou bastante sobre a lira. Concordo com a "Dani" acho que o tema principal não é a morte, ele simplesmente escreve como seria a vida deles com o passar dos anos.
ResponderExcluirAmanda Silva - nº 03
1ºE
Você fez uma interpretação bem abrangente, mas concordo com a Maria Carolina, você não fez nenhum comentário sobre as características do neoclassicismo que na minha opinião é o "tópico" fundamental. Yan Mateus, N° 40, 1º E
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